domingo, 21 de agosto de 2011

Os Mártires da Fé - Uma História da Inquisição - Parte 2

Teve lugar o 30 de maio. Os oficiais da Inquisição, precedidos por trombetas, timbales e sua bandeira, desfilaram a cavalo até o lugar da praça maior, onde fizeram a proclamação de que o 30 de junho se executaria sentença contra os presos... Toda a corte da Espanha estava presente nesta ocasião. O grande trono do inquisidor foi situado numa espécie de estrado muito por acima do rei.

Entre os que seriam queimados encontrava-se uma jovem judia de deliciosa formosura, de somente dezessete anos. Encontrando-se ao mesmo lado do patíbulo em que estava a rainha, dirigiu-se a ela com a esperança de conseguir o perdão, com as seguintes patéticas palavras: "Grande rainha: não me será vossa régia presença de algum serviço em minha desgraçada condição? Tende compaixão de minha juventude, e, ah, considerai que estou a ponto de morrer por uma religião na que fui ensinada desde a minha mais tenra infância!". Sua majestade parecia compadecer-se muito de sua angústia, porém desviou seu olhar, porque não se atrevia a dizer uma palavra em favor de uma pessoa que tinha sido declarada herege.

Agora começou a Missa, em meio da qual o sacerdote acudiu desde o altar, ficou perto do patíbulo, e sentou numa cadeira disposta para ele.

Então o grande inquisidor desceu desde o anfiteatro, vestido com sua capa, e com uma mitra na cabeça. Depois de inclinar-se diante do altar, se dirigiu até o palco do rei, e subiu a ele, assistido por alguns dos oficiais, levando uma cruz e os Evangelhos, com um livro contendo o juramento mediante o qual os reis da Espanha se obrigavam a proteger a fé católica, a extirpar os hereges, e a sustentar com todo seu poder as atuações e os decretos da Inquisição; um juramento semelhante foi tomado dos conselheiros e de toda a assembléia. A Missa começou às doze do meio-dia, e não acabou até as nove da noite, alargada por uma proclamação das sentenças de vários criminosos, que tinham sido já pronunciadas por separado em alta voz, uma após outra.

Depois disto seguiu-se a queima dos vinte e um homens e mulheres, cujo valor nesta horrenda morte foi verdadeiramente assombroso. O rei, por sua situação perto dos condenados, pode ouvir muito bem seus estertores enquanto morriam; não obstante não pôde ausentar-se desta terrível cena, por quanto era considerado um dever religioso, e por quanto seu juramento de coroação o obrigava a dar sanção, com sua presença, a todos os atos do tribunal.

O que já dissemos pode ser aplicado às inquisições em geral, assim como à da Espanha em particular. A Inquisição de Portugal agia exatamente sob o mesmo plano daquela da Espanha, tendo sido instruída numa época mui semelhante, e colocada sob as mesmas normas. Os inquisidores permitem que se empregue tortura somente três vezes, mas nestas ocasiões é infligida de maneira tão severa, que o preso ou morre nela, ou fica impedido para sempre, e sofre as mais severas dores a cada mudança de tempo. Daremos uma ampla descrição dos terríveis tormentos ocasionados pela tortura, em base do relato de um que a sofreu as três vezes, mas que felizmente sobreviveu às crueldades sofridas.

Na primeira tortura, entraram seis carrascos, o despiram deixando-o em cueca, e o colocaram sobre sua espalda numa espécie de plataforma elevada uns poucos pés sobre o chão. A operação começou colocando em volta de seu pescoço um anel de ferro, e outros anéis em cada pé, o que o fixou na plataforma. Estando assim estirados seus membros, amarraram duas cordas em volta de cada coxa, que passando sob a plataforma por meio de buracos para este propósito, foram esticadas ao mesmo tempo, por quatro dos homens, ao dar-se o sinal.

É fácil conceber que as dores que lhe sobrevieram de imediato eram intoleráveis; as cordas, de pequena grossura, cortaram através da carne do preso até o osso, fazendo que brotasse o sangue em oito lugares distintos assim ligado ao mesmo tempo. Ao persistir o preso em não confessar o que demandavam os inquisidores, as cordas foram esticadas desta forma quatro vezes sucessivas.

A maneira de infligir a segunda tortura foi como segue: forçaram-lhe os braços para trás de modo que as palmas das mãos ficassem giradas para fora detrás dele; então, por meio de uma corda que as amarrava pelas munhecas, e que era puxada por um torno, as aproximavam gradualmente entre si de modo que se tocassem os dorsos das mãos e ficassem paralelas. Como conseqüência desta violenta contorção, seus dois ombros ficaram deslocados, e lançou uma considerável quantidade de sangue pela boca. Esta tortura se repetiu três vezes, depois do qual foi novamente levado à masmorra, onde o cirurgião lhe re-colocou os ossos.

Dois meses depois da segunda tortura, o preso, já algo recuperado, foi de novo conduzido à câmara de torturas, e ali, por última vez, teve de sofrer outro tipo de tormento, que lhe foi aplicado duas vezes sem interrupção alguma. Os verdugos colocaram uma grossa corrente de ferro em volta de seu corpo que, cruzando pelo peito, terminava nas munhecas. Depois o colocaram com as costas contra uma tábua grossa, em cada um de cujos extremos havia uma polia, através da qual corria uma corda que estava amarrada ao final da corrente em suas munhecas. Então o carrasco, estendendo a corda por meio de um torno que estava a certa distância detrás dele, pressionava ou achatava seu estômago em proporção à tensão que dava aos extremos das correntes. O torturaram de tal modo que lhe deslocaram por completo as munhecas e os ombros. Logo foram colocados novamente em seu lugar pelo cirurgião. Mas aqueles desalmados, não satisfeitos ainda com esta crueldade, fizeram-lhe de imediato sofrer este tormento por segunda vez, o que suportou (embora foi, se isso for possível, mais doloroso ainda), com a mesma integridade e resolução. Depois foi de novo enviado à masmorra, assistido por um cirurgião para que curasse suas feridas e ajustasse seus ossos deslocados, e ali ficou até seu auto de fé ou a sua liberação do cárcere, quando foi liberado, impedido e doente de por vida.

"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Apocalipse 6: 9-10)

Extraído de "O Livro dos Márites", John Fox.
 
Os Mártires da Fé - Uma História da Inquisição - Parte1

Os Mártires da Fé - Uma História da Inquisição - Parte 1

Quando a religião reformada começou a difundir a luz do Evangelho por toda a Europa, o Papa Inocente III temeu em grande modo pela Igreja de Roma. Por isso, designou um número de inquisidores, ou pessoas que deviam inquirir, prender e castigar os hereges, tal como os papistas chamavam aos reformados.

Encabeçando estes inquisidores estava um certo Domingo, que tinha sido canonizado pelo Papa a fim de fazer sua autoridade tanto mais respeitável. Domingo e os vários inquisidores se estenderam pelos vários países católico-romanos tratando os protestantes com a maior dureza. Finalmente, o Papa, não encontrando a estes inquisidores itinerantes tão úteis como havia imaginado, resolveu estabelecer uns tribunais fixos e regulares da Inquisição. O primeiro destes tribunais regulares se estabeleceu na cidade de Toulouse, e Domingo foi nomeado primeiro inquisidor regular, assim como tinha sido primeiro inquisidor itinerante.

Depois se estabeleceram tribunais da Inquisição por vários países, mas foi a Inquisição Espanhola a que adquiriu maior poder, e foi a mais temida. Até os mesmos reis da Espanha, embora arbitrários em todos os outros aspectos, aprenderam a temer o poder dos senhores da Inquisição; e as horrendas crueldades que estes exerciam obrigaram a multidões, que diferiam em suas opiniões dos católico-romanos, a dissimular seus sentimentos.

Em 1244, se poder aumentou mais graças ao imperador Frederico II, que se declarou amigo e protetor de todos os inquisidores, e que publicou estes cruéis editos: 1) que todos os hereges que persistissem em sua obstinação fossem queimados; 2) que todos os hereges que se arrependessem fossem encarcerados de por vida.

Este zelo do imperador em favor dos inquisidores católico remissão surgiu por causa de uma história que se havia propagado por toda a Europa, de que tinha a intenção de renunciar ao cristianismo e fazer-se maometano; por isso, o imperador tentou, por meio de um fanatismo extremado, contradizer a patranha e mostrar mediante sua crueldade seus adesão ao papado.

Os oficiais da Inquisição são três inquisidores, ou juízes, um fiscal, dois secretários, um magistrado, um mensageiro, um receptor, um carcereiro, um agente de possessões confiscadas, vários assessores, conselheiros, carrascos, médicos, cirurgiões, porteiros, familiares e visitantes, que estão juramentados para guardar o segredo.

A principal acusação em contra dos que estão sujeitos a este tribunal é a heresia, que se compõe de tudo o que se fala, ou escreve, em contra dos artigos do credo ou das tradições da Igreja de Roma. A Inquisição, também, investiga a todos os acusados de serem mágicos, e dos que lêem a Bíblia na língua comum, o Talmude dos judeus ou o Corão dos maometanos.

Em todas as ocasiões os inquisidores levam a cabo seus processos com a mais cruel severidade, castigando os que o ofendem com uma crueldade sem comparação. Poucas vezes se mostrará misericórdia para um protestante, e um judeu que se converter ao cristianismo está longe de estar seguro.

Na Inquisição uma defesa vele bem pouco para um preso, porque uma mera suspeita é considerada como suficiente causa de condena, e quanto maior seja sua riqueza, tanto maior seu perigo. A parte mais importante das crueldades dos inquisidores se deve à sua rapacidade; destroem as vidas para possuírem as riquezas, e sob pretensão de zelo pela religião saqueiam as pessoas que odeiam.

A um preso da Inquisição nunca lhe é permitido ver o rosto de seu acusador, nem os das testemunhas em sua contra, senão que se tomam todos os métodos de ameaças e torturas para obrigá-lo a acusar-se a si mesmo, e por este meio, corroborar suas evidências. Se não assentir plenamente à jurisdição da Inquisição, se proclama vingança contra todos aqueles que a coloquem em dúvida, caso resistirem a alguém de seus oficiais; todos os que se opõem a eles sofrearão com uma certeza quase total por tal temeridade; a máxima da Inquisição é infundir terror e pavor aos que tem sob seu poder, para levá-los a obedecer. O berço nobre, a estirpe ou os empregos eminentes não constituem proteção frente a seus rigores; e os mais humildes oficiais da Inquisição podem fazer tremer os mais altos dignitários.

Quando a pessoa acusada é condenada, é ou duramente açoitada, violentamente torturada, enviada às galeras, ou condenada a morte; em todo caso lhe são confiscados os bens. Depois do juízo, se leva a cabo uma procissão que se dirige ao lugar da execução, cerimônia que se chama auto de fé.

O que se segue é um relato de um auto de fé executado em Madri no ano 1682...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Classificação de Países por Perseguição 2011


 Todos os anos a ONG Portas Abertas divulga a lista dos países que mais perseguem cristãos no mundo. Seu objetivo é informar a reação dos países ao evangelho e acompanhar aqueles em que a perseguição está se tornando mais intensa. Clique aqui e acesse informações sobre os 10 países que mais perseguem cristãos no mundo.

Em Breve!

Autoridade e Suficiência das Escrituras – Origem, Testemunho e nossa prática!


Autoridade e Suficiência das Escrituras – Origem, Testemunho e nossa prática. Um dos princípios sustentado pela Reforma Protestante do Século 16 foi a afirmação da suficiência das Escrituras (Sola Scriptura significa Somente as Escrituras, em latim). Com isso, os Reformadores enfatizaram que somente a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da Igreja: Somente as Escrituras são incondicionalmente autoritativas. Um dos problemas fundamentais entre os cristãos do século 20/21, está na não aceitação teórica (confessional) e prática (vivencial) da Bíblia como Palavra autoritativa, inerrante e infalível de Deus. Uma visão relapsa deste ponto determina o fracasso teológico e espiritual da Igreja.

Este desvio teológico, acerca destas doutrinas, tem contribuído de forma acentuada, para  que os homens não mãos discirnam a palavra de Deus e, por isso, não possam gozar da sua operação eficaz levada a efeito pelo Espírito (Cf. 1Ts 2.13 compare com Jo17.17), caindo assim, na “rampa escorregadia” da negação de outras doutrinas. Vejamos, então, alguns aspectos concernentes à autoridade das Escrituras.

1. A Suficiência das Escrituras: Sua Origem

Deus é o Autor da Escrituras. Mesmo a Bíblia sendo registrada por homens, falando do pecado do homem, descrevendo a desobediência circunstancial de seus autores secundários, ela é prioritariamente um livro divino. Paulo diz que “toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16), indicando a sua procedência: toda a Escritura Sarada é soprada, exalada por Deus. Esta Palavra não foi apenas entregue aos homens, mas foi preservada por Deus; Deus preservou ao seu registro e quanto à sua conservação.

Warfield (1851-1921), comentando o texto de 2 Timóteo 3.16, diz: “Numa palavra, o que se declara nesta passagem fundamental é, implesmente, que as Escrituras são um  produto divino, sem qualquer indicação da maneira como Deus operou para as produzir. Não se poderia escolher nenhuma outra expressão que afirmasse, com maior saliência, a produção divina das Escrituras, como esta o faz. 9.(...) Paulo (...) afirma com toda a energia possível, que as Escrituras são o produto de uma operação especificamente divina.”¹
Com isto, estamos dizendo que o Deus que se revelou, esteve “expirando” os homens que ele mesmo separou para registrarem esta revelação. A inspiração bíblica garante que seja registrado de forma veraz aquilo que a inspiração profética fazia com respeito à palavra do profeta, para que ela correspondesse literalmente À mente de Deus; em outras palavras: a Palavra escrita é tão fidedigna quando a Palavra falada pelos profetas; ambas foram inspiradas por Deus.

2. A Suficiência do Testemunho das Escrituras

A Bíblia autentica-se a si mesma como o registro inspirado e inerrante da revelação de Deus. Deus ordenou que a sua palavra fosse escrita (Ex 17.14), sendo chamado este registro de “Livro do Senhor” (Is 34.16). Analisemos este ponto substanciando-o com alguns dos muitos textos bíblicos que fundamentam a nossa afirmação:
A. Os Profetas

1) Os profetas são descritos como aqueles dos quais Deus fala (Ex 7.1; Dt 18.15,18; Jr 1.9; 7.1). O Profeta não criava nem adaptava a mensagem; a ele competia transmiti-la como havia recebido (Ex 4.30; Dt 4.2,5). O que se exige do Profeta é fidelidade.

2)Os Profetas tinham consciência de que foram chamados por Deus (1 Sm 3; Is 6; Jr 1; Ez 1-3); receberam a mensagem da parte de Deus (Nm 23.5; Dt 18.18; Jr 1.9; 5.14), que era distinta dos seus próprios pensamentos (Nm 16.28; 24.13; 1 Rs 12.33; Ne 6.8). Os falsos profetas eram acusados justamente de proferirem as suas próprias palavras e não as de Deus (Jr 14.14; 23.16; 29.9; Ez 13.2,3,6).

3) Quando os profetas se dirigiam ao povo, diziam: “Assim diz o Senhor...”, “Ouvi a Palavra do Senhor...”. “Veio a Palavra do Senhor” (Cf. Ez 31.1; Os 1.1; Jl 1.1; Am 1.3; 2.1; Ob 1.1; Mq 1.1; Jr 27.1; 30.1,4, etc.); isto indicava a certeza que tinham de que Deus lhes dera a mensagem e os enviara (Cf. Jr 20.7-9; Ez 3.4ss, 17,22; 37.1; Am 3.8; Jn 1.2).

4) um fato importante a favor da sinceridade dos profetas de Deus, é que nem sempre eles entendiam a mensagem transmitida (Cf. Dn 12.8,9; Zc 1.9; 4.4; 1 Pe 1.10,11).

B. Os apóstolos

Os escritores do Novo Testamento reconheciam ser o Antigo Testamento a Palavra de Deus (Hb 1.1; 3.7), sendo a “Escritura” um registro fiel da história e da vontade de Deus (Rm 4.3; 9.17; Gl 3.8; 4.30). Os Apóstolos falavam com a convicção de que estavam pregando e ensinado a Palavra inspirada de Deus, dirigidos pelo Espírito Santo (Vd. 1 Co 2.4-13; 7.10; 14.37; 2 Co 13.2,3; Gl 1.6-9; Cl 4.16; 1 Ts 2.13; 2 Ts 3.14).

Paulo e Pedro colocavam os Escritos do Novo testamento no mesmo nível do Antigo Testamento (Cf. 1 Tm 5.18 compara com Dt 25.4; Lc 10.7; 2 Pe 3.16). Paulo reconheceu os apóstolos e os profetas, no mesmo nível, como os fundamentos da Igreja, edificados sobre Jesus Cristo, a pedra angular (Ef 2.20)
C. Jesus Cristo

Jesus apela para o Antigo Testamento, considerando-o como a expressão fiel do Conselho de Deus, sendo a verdade final e decisória. Deus é o autor das Escrituras (Mt 4.4,7, 10; 11.10; 15.4; 19.4; 21.16,42; 22.29; Mt 105-9; 12.24; Lc 19.46; 24.25-27; 44-47; Jo 10.34).

D. Afirmações diretas das Escrituras

O Novo Testamento declara enfaticamente que toda a Escritura, como Palavra de Deus, é inspirada, inerrante e infalível (Vd. Mt 5.18; Lc 16.17, 29, 31; Jo 10.35; At 1.16; 4.24-26; 28.25; Rm 15.4; 2 Tm 3.16; Hb 1.1,2; 3.7-11; 10.15-17; 2 Pe 1.20).

A Bíblia fornece argumentos racionais que demonstram a sua inspiração e inerrância, todavia, os homens só poderão ter esta convicção mediante o testemunho interno do Espírito Santo (Sal 119.118).² Os discípulos de Cristo, só entenderam as Escrituras, quando o próprio Jesus lhes abriu o entendimento (Lc 24.45). A Escritura autentica-se a si mesma e nós a recebemos pelo Espírito.³

A Igreja sustenta a total rendição às reivindicações proféticas, apostólicas e do próprio Cristo. Diante de um testemunho tão evidente, como poderia eu descartá-lo e seguir as opiniões fantasiosas de homens? O cristão sincero deve aprender, pelo Espírito de Deus, a subordinar a sua inteligência à sabedoria de Deus revelada nas Escrituras e a guardar no coração a Palavra de Deus (Sl 119.11).

3. A Suficiência das Escrituras e a Evangelização

No ato evangelizador da Igreja, ela prega a palavra de Deus conforme a ordem divina expressa nas Escrituras; fala da salvação eterna oferecida por Cristo, conforme as Escrituras proclama as perfeições de Deus, conforme as Escrituras... Ora, se a Igreja não tem certeza da fidedignidade do que ensina, como então, poderá testemunhar de forma honesta?

Uma Igreja que não aceite a inspiração e a inerrância bíblica, não poderá ser uma igreja missionária. Como poderemos pregar a palavra se não estivermos confiantes do sentido exato do que está sendo dito? Como evangelizar se nós mesmos não temos certeza, se o que falamos procede da Palavra de Deus ou, está embasado numa falácia? Paulo dá testemunho de que a Escritura é fiel; por isso, ele a ensinava com autoridade (1 Tm 1.15; 4.9 compare com 2 Tm 4.6-8).

Satanás objetando esmorecer o ímpeto evangelístico da Igreja, tem usado deste artifício: minar a doutrina da inspiração e inerrância das Escrituras, a fim de que a Igreja perca a compreensão de sua própria natureza e, assim, substitua a pregação evangélica por discursos éticos, políticos e propaganda pessoal. Aliás, A Escritura sempre foi um dos alvos prediletos de Satanás (Vd. Gn 3.1-5; Mt 4.3,6,8,9; 2 Co 4.3,4). Entretanto, a Igreja é chamada a proclamar com firmeza o Evangelho, conforme registrado na Bíblia e preservado pelo Espírito através dos séculos (2 Tm 4.2). A Igreja prega o Evangelho, consciente de que ele é o poder de Deus para salvação do pecador (Rm 1.16); por isso, recusar o Evangelho significa rejeitar o próprio Deus que nos fala (1 Ts 4.8). Calvino, comentado Romanos 1.16, diz que aqueles que “se retraem de

ouvir a Palavra proclamada estão premeditadamente rejeitando o poder de Deus e repelindo de si a mão divina que pode libertá-los”4. A Igreja proclama a Palavra, não as suas opiniões a respeito da Palavra, consciente que Deus age através das Escrituras, produzindo frutos de vida eterna (Rm 10.8-17; 1 Co 1.21; 1 Co 15.11; Cl 1.3-6; 1 Ts 2.13,14). A Igreja por si só não produz vida, todavia ela recebeu a vida em Cristo (Jo 10.10), através da sua Palavra vivificadora; deste modo, ela ensina a Palavra, para que pelo Espírito de Cristo, que atua mediante as Escrituras, os homens creiam e recebam vida abundante e eterna.

Conclusão

Nós somos herdeiros dos princípios bíblicos da Reforma; para nós, como para os Reformadores, a Palavra de Deus é a fonte autoritativa de Deus para o nosso pensar, crer sentir e agir: A Palavra de Deus é-nos suficiente. Quando Satanás tentou a Jesus durante os seus 40 dias de jejum e oração no deserto, dizendo: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transforme em pães” (Mt 4.3), Jesus Cristo, recorrendo ao Livro de Deuteronômio, capítulo 8, verso 3, respondeu: “ Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede de Deus” (Mt 4.4).

Notemos que esta afirmação torna-se ainda mais dramática se consideramos o fato de que Jesus estava à beira da inanição, sendo induzido a pensar que caso não comesse imediatamente poderia morrer. Nestas palavras, não temos um contraste entre o espiritual e o físico, antes; há uma demonstração categórica, feita por Cristo, de que devemos ter me mente que a nossa sustentação, em todos os sentidos, provém de Deus: Somos sustentados pela Palavra de Deus. O mesmo Espírito que nos regenerou através da Palavra (Tg 1.18; 1Pe 1.23), age mediante esta mesma Palavra, para que vivamos, de fato, como novas criaturas que somos. A Bíblia é o instrumento eficaz do Espírito, porque ela foi inspirada pelo Espírito Santo (2Pe 1.21).

Jesus orou ao Pai para que ele nos santificasse na Verdade, que é a sua Palavra. Meus irmãos, se quisermos crescer espiritualmente temos de recorrer à Palavra vivificada de Cristo; somente ela pode nos tornar sábios para a Salvação mediante a fé depositada unicamente em Jesus Cristo (2 Tm 3.15). Com este propósito ela foi-nos concedida (Rm 15.4).

Você aceita a autoridade das Escrituras? Quando sua opinião sobre determinado tema é uma e a posição da Bíblia é outra, com qual você fica?

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

Fonte: Revista Palavra Viva - Graça e Fé, lição 04 - Sola Scriptura, pg 13-16, Editora Cultura Cristã - Estudos Bíblicos - Sola Spriptura

Nota:

¹B.B.WARFIELD, The Inspiration of the Bíble: In: The Works of Benjamin B. Warfield,

Grande Rapids, Michigan, Baker Book House, 1981, Vol. I, p. 79.

² Vd. J. Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo, Paracletos, 199 (Rm 8.16), p. 279.

³ Vd. J. Calvino, As Institutas São Paulo, Casa Presbiteriana, 1985, I;7.4-5 e I.8.13
4 J. Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 1.16), p. 58.

domingo, 18 de julho de 2010

O Surgimento da Escola Dominical


"A minúscula semente de mostarda que se transformou numa grande árvore"

Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista, Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar do comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos.

Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de valor na comunidade. Levantando seus olhos por um momento, começou a pensar sobre o destino das crianças de rua; pequeninos sendo criados sem qualquer estudo que pudesse lhes dar um futuro diferente daquele dos seus pais. Se continuassem dessa maneira, muitos certamente entrariam no caminho do vício, da violência e do crime.

A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um polo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos.

Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer?

Por um futuro melhor

Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem oportunidade para estudar e se preparar para uma vida melhor. Quanto mais ele escrevia, mais sentia-se empolgado com seu plano de ajudar as crianças. Ele resolveu neste primeiro editorial somente chamar atenção à condição deplorável dos pequeninos, e no próximo ele apresentaria uma solução que estava tomando forma na sua mente.

Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho, e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No próximo editorial, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho.

O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã.

Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto freqüentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas.

As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruistas da cidade, que contribuíam oara este nobre esforço.

Movimento mundial

No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava, os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado, e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas aturas, algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.

As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados.

A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical, e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança.

A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano, e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com "pequenos começos" contou a história de Jonas, mais com gestos, do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Mas, ela viu tantas crianças pelas ruas, e seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil.

Com o passar do tempo aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil.

No mundo, há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem, sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres, analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo.

Fonte: CPAD

domingo, 30 de maio de 2010

Hoje é domingo da Igreja Perseguida! Ore pela Igreja perseguida!

A Bíblia deve ocupar o centro do culto!



Bíblia ocupa o centro do culto, pois é através dela que Deus nos fala. Calvino afirmou: "... a função peculiar do Espírito Santo consiste em gravar a Lei de Deus em nossos corações"[1]. A Igreja é a "escola de Deus"[2]. O Espírito é o "Mestre"[3] (o “Mestre interior”)[4]. Para progredir nessa escola, “...devemos antes renunciar nosso próprio entendimento e nossa própria vontade”[5].

A pregação não deve ser rejeitada: "Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. " (l Tessalonicenses 5:19-21), deve ser entendida como a Palavra de Deus para nós; recusá-la é o mesmo que rejeitar o Espírito: "Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo" (l Tessalonicensses 4:8). Como há falsos pregadores e falsos mestres, é necessário "provar" o que está sendo proclamado para ver se o seu conteúdo se coaduna com a Palavra de Deus: "Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens" (At 17: 11-12). "Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo. Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro " ( I Jo. 4: 1-6). No entanto, os homens querem ouvir mais o reflexo de seus desejos e pensamentos, a homologação de suas práticas. Assim, a palavra, que deveria ser profética, tende com freqüência a se tornar apenas apetecível ao "público-alvo", aos seus valores e devaneios, ou, então, nós, pregadores, somos tentados a usar a "eloqüência" para compartilhar generalidades da semana, sempre, é claro, com uma alusão bíblica aqui ou ali, para justificar a "pregação"[6].

O fato é que uma geração incrédula é sempre crítica para com a palavra profética. Marvin Vincent estava certo ao declarar: "A demanda gera o suprimento. Os ouvintes convidam e moldam seus pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro para adorar, o ministro que fabrica bezerros logo é encontrado"[7]. É preciso atenção redobrada para não cair nessa armadilha, uma vez que não é difícil confundir os efeitos de uma
mensagem com o conteúdo do que anunciamos: a pregação deve ser avaliada pelo seu conteúdo, não pelos resultados. Esse assunto está ligado à vertente relacionada ao crescimento de Igreja. Iain Murray está correto ao afirmar:

"O crescimento espiritual na graça de Cristo vem em primeiro lugar. Onde esse crescimento é menosprezado em troca da busca de resultados, pode haver sucesso, mas será de pouca duração e, no final, diminuirá a eficácia genuína da Igreja. A dependência de número de membros ou a preocupação com números freqüentemente tem se confirmado como uma armadilha para a Igreja"[8]

A confusão entre conteúdo e resultado é fácil de ser feita porque, como acentua John MacArthur Jr.: "O pregador que traz a mensagem que mais necessitam ouvir é aquele que eles menos gostam de ouvir"[9]. Portanto, a popularidade pode, em muitos casos, ser um atestado da infidelidade do pregador na transmissão da voz profética. Lembremo-nos: "Toda a tarefa do ministro fiel gira em torno da Palavra de Deus, guardá-la, estudá-la e proclamá-la".10 E: "Ninguém pode pregar com poder sobrenatural, se não pregar a Palavra de Deus"[11]. Quanto mais confiarmos no poder de Deus operante através da Palavra, menos estaremos dispostos a confiar em nossa suposta capacidade. A Palavra que pregamos jamais será ineficaz no seu propósito[12].

O pregador não "compartilha" opiniões nem dá "opiniões" sobre o texto bíblico, nem faz paráfrase irreverente do texto. O objetivo é expressar o que Deus disse sob a iluminação do Espírito. Pregar é explicar e aplicar a Palavra aos ouvintes. O aval de Deus não é sobre nossas teorias e escolhas, nem sobre a "graça" de piadas, mas sobre sua Palavra. Portanto, o pregador prega o texto, de onde provém a verdade de Deus para o seu povo. "Quando nos propomos a expor um texto, precisamos declarar exatamente o que o texto afirma"[13].

Quando Cristo retornar, certamente ele não se interessará por nossa escola homilética ou se fomos "progressistas" ou "conservadores", mas sim se fomos fiéis à Palavra em nossa vida e pregação. Devemos estar sinceramente atentos ao que o Espírito diz à Igreja através da Palavra. Isto é válido para quem ouve e para quem prega. Outra verdade que precisa ser ressaltada é que apesar de muitos de nós não sermos "grandes" pregadores ou existirem pregadores infiéis, Deus fala. Por isso, há a responsabilidade de ambos os lados: quem prega, pregue a Palavra; quem ouve, ouça com discernimento a Palavra do Espírito de Deus.

A pregação foi o meio deliberadamente escolhido por Deus para transformar pessoas e edificar seu povo, preservando a sã doutrina através da Igreja, que é o baluarte da verdade.

Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

Fonte: Fundamentos da teologia reformada, pg. 139-142, Editora Mundo Cristão. Estudos Bíblicos - Sola Scriptura

1 O livro dos Salmos, vol.2, p228.
2 As Pastorais, p. 136; O profeta Daniel:1- 6, vol. 1, p.190.
3 Exposição de Romanos, p. 58.
4 As institutas, III 1.4; III. 2. 34; IV. 14. 9.
5 Exposição de I Coríntios. P. 100.
6 Veja D Martyn Lloyd-Jones, As insondáveis riquezas de Cristo, p. 52
7 Word studies in the New Testament, vol. 4, p. 321.
8 “A igreja crescimento e sucesso”, em fé para hoje,n°6, 2000
9 Com vergonha do evangelho,p. 35. Packer faz uma pergunta inquietante:
“Costumamos lamentar, hoje em dia, que os ministros não sabem pregar; mas não é igualmente verdadeiro que nossas congregações sabem ouvir?”(entre os gigantes de Deus: Uma visão puritana da vida cristã, p. 275).
10 John F. MacArthur Jr., Com vergonha do evangelho, p. 29.
11 Idem, p. 30.
12 Veja Bryan Chapell, Pregação cristocêntrica, p. 22.
13 Kenneth A. Macrae, “ A pregação e o perigo do comprometimento”, em: Fé para hoje, n° 7, p. 4.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Paul Washer - Deus odeia pecadores, e não somente o pecado!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cristãos Perseguidos, e se fosse você?