sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

GEMES - Crescimento da Igreja


Frustrado com a sensação de ter em suas mãos uma tarefa inacabada, o Pastor Joel Stevanatto buscou em Deus uma ferramenta capaz de promover o crescimento da Igreja do Senhor, de forma eficaz e qualitativa. O GEMES ou Grupo de Evangelismo e Maturidade Espiritual, não se trata de mais um ministério ou um departamento dentro da igreja, mas sim uma mudança cultural e de quebra de paradigmas. Seguindo o modelo bíblico de reunião nas casas da igreja primitiva, o GEMES, sobretudo é também uma poderosa ferramenta de comunhão da Igreja. Conheça um pouco de como surgiu o GEMES e de como ele pode mudar a história da sua Igreja, boa leitura.

Um líder inconformado

A Igreja do mandaqui era tida como uma igreja próspera, saudável e crescente, explica o próprio Joel em seu livro “Crescimento da Igreja”, “Os pastores da minha denominação, e outros de fora, tinham o Mandaqui como um bom referencial de Igreja sadia e produtiva. Os crentes também.” Joel estava frustrado e insatisfeito com a igreja, “Enquanto muitos poderiam se acomodar a uma situação confortável de um ministério próspero e com muitas realizações, eu me frustrava pelo sentimento de que muito havia por ser feito... para mim não estava bom” e completo, “Em todos esses anos sempre pensei que é melhor a qualidade do que a quantidade, mas reconheço que parte desse pensamento era fruto, e talvez até mesmo uma justificação, da falta de quantidade no meu ministério”.

A Visão de Deus

Foi durante uma viagem do Pastor Joel Stevanatto a Seul, Cidade da Coréia do Sul. Naquela ocasião, Joel participava de um congresso de missões, mas o que realmente chamou à atenção dele, era a visão de crescimento quantitativo que a igreja Sul-Coreana. “Eu estava embalado por uma visão de crescimento quantitativo que havia adquirido em junho de 1995 num congresso de missões que aconteceu na cidade de Seul, na Coréia do Sul. Naquela ocasião o paradigma de qualidade mesmo sem quantidade havia sido substituído pela certeza de que, aos olhos do Senhor, o seu rebanho deve ser grande e bonito... De 1995 até 2000, eu sabia que alguma coisa precisava acontecer: em 2000, eu percebia que o sopro do Espírito indicava que alguma coisa iria acontecer, e agora eu sentia que estava por acontecer”.

O caminho é os grupos pequenos

Joel havia estudado algumas formas de grupo, mas havia a necessidade de adotar um modelo que houvesse a inspiração de Deus. “O meu sofrimento por causa do algo mais durou seis anos! Em janeiro de 2001 eu fiquei grávido... grávido de uma idéia: O rebanho que pastoreio vai crescer com qualidade de vida, e os Grupos Pequenos é o caminho”.

Por seis meses essa idéia foi sendo gerada dentro de Joel, por todo este período era forte a expectativa do que Deus estava por revelar aos poucos. Joel argumenta “Quando Neemias chegou a Jerusalém portando cartas de autorização do Rei da Babilônia para reconstruir dos muros da cidade, ele rodeou a cidade e andou nela por três dias sem contar a ninguém porque estava lá e quais eram seus planos... Esperou obter de Deus uma estratégia de Trabalho”.

Uma nova postura ministerial

Certo de que a estratégia dada por Deus para um crescimento saudável para a Igreja viria dos grupos pequenos, Joel observava que a estrutura da igreja haveria de ser transformada, e o que Joel iria propor é que a igreja deveria ser re-modelada, e os grupos pequenos passariam a ser a visão principal do ministério.
“Grupos Pequenos é muito mais do que uma reunião de poucas pessoas numa casa, antes disso é essencialmente, uma estratégia do Espírito para dar crescimento a Igreja” e completa “minhas estruturas ministeriais, idéias e conceitos estavam sendo reavaliados debaixo de um novo prisma. Seria necessário descentralizar o poder ministerial que eu possuía”.

Joel explica como seria esta nova estrutura ministerial, “Nessa época éramos uma igreja comum, fazíamos batismo a cada três ou quatro meses e nessas grandes ocasiões 20 ou 25 pessoas eram batizadas”... “O pastoreio era feito por seis ou sete pastores. Eles na medida do possível visitavam todos, aconselhavam todos, oravam por todos e faziam tudo no lugar de todos. O Púlpito era o lugar central da igreja, dali surgia a provisão de tudo o que a igreja precisava, dependíamos do altar mais do que qualquer outra coisa e a mensagem de domingo a noite era o prato principal da igreja... A função dos diáconos era de vigiar as portas, a minha de pregar e dos outros pastores de me substituir”.

Mas ainda Joel faz um alerta, “É preciso acatar como direcionamento divino a implantação de Grupos Pequenos, a fim de promover o crescimento quantitativo e qualitativo da igreja”. Se a implantação de grupos pequenos em sua igreja não for convicção do Espírito em sua vida é melhor esquecer, ao menos por enquanto esse assunto. “Lembre-se; Você ira mexer com estruturas e mexer com estruturas é algo muito sério.”

Engravidando os líderes

Certo de que não poderia realizar o projeto sozinho, o próximo passo era conseguir o apoio e o comprometimento dos líderes da Igreja. Ele explica como fez isso, “Durante seis meses reservei algumas noites da semana para abrir meu coração aqueles amigos que comigo servem ao senhor”. Cabia-me argumentar a necessidade de construirmos uma nova estrutura de igreja, visando ao crescimento numérico e qualitativo dos nossos membros... “Por isso, antes de cada novo jantar, café ou lanche, me aplicava a um tempo de oração por aquela noite e pelo casal que iria conversar.”

Joel completa, “Abri meu coração e falei sobre o descontentamento, a falta de algo mais, minhas preocupações com o crescimento quantitativo e qualitativo da igreja... depois os ouvia com muita atenção o que eles queriam falar a respeito do assunto. Foi um tempo memorável” ele relembra.
“Não houve resistência à idéia e logo todos engravidaram”

Implementando o GEMES

O GEMES, Grupo de Evangelismo e Maturidade Espiritual, é um grupo de pessoas que se reúnem semanalmente nos lares, com o objetivo de adorar a Deus, edificar a fé e servir como instrumento de evangelização, trazendo a igreja mais próxima das famílias e dos próprios membros. Joel diz que o GEMES, “é uma extensão da igreja dentro das casas”. E tem como missão “fazer a igreja crescer pela conversão e agregamento de pessoas”.

Mas para ver o fruto da aplicação da ferramenta GEMES, Joel explica como foi a fase de implantação. “Em meados de 2001 decidimos mudar do nosso apartamento para uma casa alugada, assim termos mais condições de receber as pessoas. Seria imprescindível que tudo começasse em nossa casa... o exemplo tinha de nascer do pastor”.

Chegado o momento, Em novembro de 2001, Joel escolheu um grupo de quinze pessoas da liderança e marcou algumas reuniões experimentais em sua casa, o que aconteceria até dezembro daquele mesmo ano, “Informei à igreja que iria começar um grupo pequeno em minha casa e que por enquanto, as reuniões seriam feitas apenas com algumas pessoas convidadas”. Somente em meados de março de 2002, o GEMES seria oficializado.

Conhecendo uns aos outros e gerando expectativas

Joel explica que os primeiros passos das reuniões era a fase de conhecimento, “Primeiramente estávamos nos conhecendo melhor e adaptando-nos a forma como as reuniões deveriam ser dirigidas. Elas não poderiam carregar as características de um culto doméstico”. Para Joel, a fórmula para o sucesso, além do claro direcionamento de Deus, está no marketing “Criar expectativas é um passo fundamental antes da execução de qualquer projeto...”. “As pessoas estavam interessadas e curiosas em saber o que eram aqueles GEMES.”

Para Joel, o GEMES impulsionou as pessoas a uma nova postura dentro da Igreja, “As pessoas foram chamadas a ação... deixaram a posição de torcedores do pastor e entraram no campo de ação para que as coisas acontecessem.”

Uma nova liderança

A nova estrutura, revelaria também um novo modelo de liderança, afinal, com o multiplicar dos GEMES, a liderança da igreja passaria a exercer o pastoreio sobre as ovelhas e o pastor exerceria o pastoreio sobre os líderes.

Joel explica que caminho para uma igreja saudável é uma liderança sadia, e afirma que a o amor e a disciplina é fator primordial para uma estrutura sólida. Para isso é necessário muito acompanhamento, “Não se constrói uma liderança sadia sem acompanhamento”.

Para Joel, o texto de João, traduz bem o sentimento que deve reinar dentro do coração do pastor, “Importa que Ele cresça e eu diminua”, e completa “Nesse tempo de existência do GEMES em nossa igreja tenho me deliciado com o prazer de ver líderes crescendo”.

Joel explica que hoje, depois de muita oração e meditação da palavra de Deus, tem se dedicado ao treinamento da liderança da Igreja. “Tenho com meu trabalho principal o treinamento de líderes para os grupos pequenos. Estou todo tempo buscando alternativas e subsídios que possam ajudá-los em seus ministérios” e completa, “Vivo pensando em treinamento de líderes”.

ETL – Escola de Treinamento de Líderes

A ETL, é uma importante ferramenta para o treinamento da liderança, explica Joel. “Forjamos os novos líderes e capacitamos os já existentes... a ETL não possui grade curricular, não é um curso teológico, e nem possui uma periodicidade pré-definida. Sempre que precisamos nos reunimos com os líderes.”

Num comentário, Joel sintetiza a visão da nova Igreja, “Numa igreja convencional a atenção do pastor está sobre o rebanho, ele vive pensando em com cuidar melhor do rebanho, e coloca as mãos a obra na hora de tratar de cada ovelha. Numa igreja organizada em grupos pequenos ele não muda o seu foco de atenção, mas sim o meio pelo qual vai exercer esse cuidado com o rebanho.” E completa, “Agora o pastor cuida do rebanho através de líderes de grupos pequenos. Ele vive pensando em como vai cuidar desses líderes para que eles cuidem do rebanho... o objetivo final continua sendo o rebanho”.

O alvo é a multiplicação

O alvo do GEMES é a multiplicação, Joel traduz bem isso em seu comentário, “Nosso líderes são levados a compreender que não pode dar-se por satisfeitos enquanto o seu grupo não atinge a condição de multiplicar-se. O objetivo é da ministração de uns aos outros e gerar crescimento espiritual e, quando isso acontece, existe fertilidade no meio dos grupos e novas pessoas são agregadas”.

O GEMES é uma importante ferramenta de evangelização, e que o objetivo dos trabalhos é a multiplicação para o crescimento da igreja. Joel explica que a multiplicação deve ser feita principalmente pelo crescimento do grupo através da participação de pessoas não crentes, ou seja, através do agregamento de pessoas não crentes ao grupo.

O discipulado

Joel explica que antes, quando uma pessoa aceitava ser batizada, pouco tempo depois estavam fora da igreja, “Eu tinha vergonha de olhar para as fotos dos batismos que fazíamos. Muitas daquelas pessoas que batizávamos passavam, em poucos dias, a fazer parte das estatísticas de ex-crentes”.

Para Joel, era claro a necessidade de ensinar a fé cristã para os novos convertidos, “Iniciamos um curso chamado “Crescendo na Fé” para os interessados em ingressar na igreja, estamos dando tempo para que as pessoas mostrem que entenderam a mensagem do evangelho... mostrem que vocês mudaram para que depois eu os batize”.

A mensagem precisa ser consistente

As reuniões nas casas são sempre conduzidas à meditação da mensagem, explica Joel. “Mesmo organizada em grupos pequenos, o púlpito continua sendo a vitrine da igreja”, e completa “Dali também emana o alimento que fortalecerá os líderes no árduo trabalho de liderança que eles desenvolvem”. Mas Joel faz um alerta, “Sem púlpito ungido de onde emane uma palavra viva e penetrante, os grupos pequenos podem tornar-se fatores de divisão da igreja”.

O GEMES trabalha do discipulado

Paralelamente ao GEMES, a igreja do Mandaqui mantém a estrutura de igreja, realizando cultos, celebrações e recebendo visitantes. Joel explica como funciona o trabalho de discipulado, “Nenhuma pessoa ingressa na igreja sem antes passar por esse processo de discipulado que dura no mínimo três meses”. É escolhido um líder, discipulador, e o objetivo é fazer o discipulado de forma individual e a gerar um relacionamento com o interessado e com o grupo de GEMES, dessa forma, “quando ela chega ao templo já não se sente um estranho no ninho” afirma o próprio Joel.

Nota do Blog:

Joel Stevanatto, casado com Leonor Stevanatto, pai Talitha, Michelle e Jackeline, é pastor da Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil Para Cristo” no Mandaqui, Fundador da Missão Desafio, órgão oficial de missões das Igrejas Evangélica Pentecostal “O Brasil Para Cristo” e fundador do GEMES.

Joel escreveu o livro “Crescimento da Igreja” para auxiliar as pessoas interessadas nesta visão de crescimento da Igreja. É primordial para todo pastor e líder que tem interesse nesta visão leia o livro e conheça um pouco das experiências do Pastor Joel Stevanatto. Além de conter todas as experiências do dele, o livro contém também os cursos ministrados “Crescendo na Fé” e os cursos ministrados aos líderes, além de outros, vale a pena cada parágrafo.

A Voz do Brasil Para Cristo.

Fonte: “Crescimento da Igreja”, Joel Stevanatto, Editora Aleluia, Março/2004.


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