Tudo começou com um jantar. Os acontecimentos que culminaram com a morte redentora de Cristo tiveram início em uma refeição, preparada pelos discípulos na casa de “um certo homem”. (Mateus 26.17-30)
Foi ali, diante da mesa posta, que Jesus lavou os pés dos discípulos e que Judas foi revelado como traidor. Foi ali também que se instituiu a ceia do Senhor e que Jesus reiterou a promessa de voltar a cear com os discípulos em um dia especial.
O clima daquele jantar em nada se parece com a agitação das ruas e dos shoppings, com os anúncios massivos dos supermercados disputando a clientela que, por sua vez, se vê compelida, pela tradição ou pela mídia, a celebrar a Páscoa que se aproxima.
No próximo domingo, milhões de famílias ocidentais estarão reunidas para o almoço de Páscoa. Ovos de chocolate farão a alegria de crianças e adultos. Na mesa, certamente, haverá o que de melhor cada família puder servir, segundo suas posses. Mas, em quantas casas haverá ao menos uma oração, celebrando a morte e a ressurreição de Cristo?
Renovação da esperança
Já em alguns países onde o cristianismo não é a religião predominante, os seguidores de Cristo desejarão também se reunir com outros irmãos e partilhar uma refeição, para celebrar o mais importante acontecimento do cristianismo: a vitória de Cristo sobre a morte, após a humilhante, porém redentora crucificação.
Entretanto, para a maioria desses cristãos, isso será impossível sem que corram algum risco. Prisões, ameaças, insultos e agressões são alguns componentes que ameaçam a comemoração da semana santa de milhões de irmãos nossos espalhados pelo mundo.
Talvez, para aqueles que se arriscarem, o almoço de Páscoa deste ano ainda guarde alguma semelhança dramática com aquele longínquo jantar onde tudo começou, dois mil anos atrás.
Mas, em 2010, que em meio às compras e aos preparativos para o feriado prolongado, que em meio às dúvidas e às expectativas de perseguição, os cristãos livres e os cristãos perseguidos voltem seus olhos e suas mentes para aquela longínqua refeição comunitária. Que ao meditar nela e nos acontecimentos que a sucederam, os cristãos de todos as nações sejam fortalecidos e revigorados na esperança daquela refeição futura, num dia especial, em que todos juntos cearão com seu vitorioso Senhor.
Cristina Ignacio.
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