segunda-feira, 8 de março de 2010

Preguem Unicamente a Palavra


Estamos resolvidos pregar unicamente a Palavra de Deus. A alienação das pessoas que ouvem o evangelho é grandemente explicada pelo triste fato de que nem sempre é o evangelho que elas ouvem, quando vão aos lugares de culto; falta aquilo que mais as suas almas carecem.

Vocês nunca ouviram falar de um rei que de uma séria de festejos e convidou muita gente, semana após semana? Havia um determinado número de servos destinados a servir às mesas; e, nos dias indicados, eles foram convidar as pessoas. Mas, por alguma razão, depois dos primeiros dias, a maioria das pessoas não veio às festas. O número dos que vinham decrescia progressivamente, e a grande maioria voltou-lhes as costas. O rei então investigou a causa e descobriu que a comida que serviam parecia não satisfazer os homens que vinham aos banquetes; por isso ales não voltavam mais. Resolveu então examinar as mesas e as carnes que estavam sobre elas. Ele viu ornamentos e ostentação que não tinham saído de suas despensas. Olhou para a comida e disse; “Mas que é isto? Como estes pratos vieram para cá? Eles não são das minhas provisões. Os meus bois e meus novilhos foram mortos; no entanto, aqui não está a carne de animais bem alimentados, e, sim, a carne dura de gado magro, a morrer de fome. Os ossos estão aqui, mas a carne onde está? Também o pão é inferior, considerado que o meu foi feito com a farinha da melhor qualidade. O vinho está misturado com água, e a água não é de um poço puro”.

Então um dos criados respondeu, dizendo: “Ó Rei, nós pensamos que as pessoas ficariam fartas de carne e gordura; por isso servimos ossos e cartilagem, para elas usarem os dentes. Pensamos ainda que ficariam cansadas do melhor pão branco, e assim cozemos em nossas cãs um pouco de pão com farelos. A opinião dos sábios é que a nossa provisão se adapta melhor aos tempos modernos do que aquela que vossa majestade prescreveu há tanto tempo. Quanto aos vinhos falsificados, o gosto dos homens sofreu modificações nestes tempos; sendo um líquido tão transparente como a água pura; é um gole demasiado leve para os homens habituados a beber a água do rio do Egito, que tem sabor de lama das montanhas da lua”. Então o rei soube por que razão as pessoas não vieram à festa. Será por esta mesma razão que uma grande parte das pessoas já não sente prazer em ir à casa de Deus? Creio que sim. Têm, porventura, os servos do nosso Senhor cortado em bocados as suas próprias sobras, para que depois as misturarem com bocados estragados, a fim de fazerem um guisado para milhões de pessoas, acontecendo depois que, por essa razão, essas pessoas lhes voltem as costas?

Escutem o final da minha parábola. “Limpai as mesas”, gritou o rei cheio de indignação. “Daí aos cães todas essas imundícies. Trazei os lombos de vaca e apresentai a minha comida real. Tirai essas ninharias do saguão e tirai da mesa esse pão adulterado. Lançai fora a água do rio lamacento”. Assim eles fizeram; e em breve soou pelas ruas que havia para comer autênticos manjares reais. Sendo assim, as pessoas chegaram em multidões ao palácio e o nome do rei tornou-se muito famoso em todo o país. Vamos experimentar o plano e talvez tenhamos em breve a alegria de ver o grande banquete do Mestre cheio de convidados.

Desta forma, estamos decididos a usar mais do que nunca o que Deus providenciou para nós neste Livro, pois estamos certos de sua inspiração. Permitam que eu repita: estamos certos de sua inspiração.

C. H. Spurgeon


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