A Bíblia nos diz, em Ef 4.13 “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” Todos temos que estar de acordo no que é essencial: A divindade e soberania do Senhor Jesus, a Bíblia como palavra de Deus, a Obra de Cristo na cruz, e outras doutrinas básicas da fé. No mais temos que deixar nas mãos de Deus os pontos em que discordamos uns dos outros e conservar reto o nosso coração. Nossa responsabilidade é fazer o máximo que pudermos para manter o espírito de unidade, o próprio Espírito de Jesus (Jo 17).
O que foi que Ele disse? Nisto conhecerão que todos sois meus discípulos, se tiverdes a mesma confissão doutrinária, ou se pensardes uniformemente? Não, Ele disse que todos veriam que pertencemos a Ele se tivermos amor uns pelos outros. Alguns de nós podemos ser diferentes em nossa maneira de pensar e até mesmo de compreensão nas escrituras, mas todos nós teremos que ter comunhão em Jesus pelo fato de seu sangue nos ter purificado de todo o pecado. Meus queridos se nossa posição nos separa de outros discípulos de Jesus, atrevo-me, com muito amor, a dizer que ela se tornou um ídolo para nós, e como tal precisa ser destruída.
Afinal minha posição por mais certa que ela venha estar é humana, e não me dá o direito de me afastar de meus irmãos, a menos que está aproximação venha me trazer prejuízo, como no caso de 1 Co 5.11. “Mas agora estou lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer” Todos precisamos demais uns dos outros.
Se o corpo de Cristo quiser cumprir a grande comissão, temos de encontrar meios de colaborarmos uns com ou outros. Temos de nos comunicar e complementar o trabalho uns dos outros, evitando que haja dois grupos trabalhando cada um por si, assim conseguiremos evitar a sobreposição de esforços. A tarefa que temos a realizar é imensa, e precisamos estabelecer “planos de trabalho” que não provoquem colisões uns com os outros dentro do esquema divino. Deus está fazendo fluir o seu Espírito em muitas pessoas das quais nem imaginamos o quanto elas possam realizar em Cristo, que estão unidas simplesmente em torno Dele, que necessariamente não precisam estar debaixo da autoridade local em termos institucionais. Esse é o processo que Ele usa para mesclar-nos.
Quem quiser participar desta obra que o Senhor está realizando hoje, talvez tenha de abrir mão de seu direito de fazer as coisas à sua maneira, e renunciar ao erro de julgar os outros. É possível que tenha de sacrificar também seu direito de provar que até está certo. Durante a segunda grande guerra mundial, milhares de crentes foram presos e lançados em prisões ou enviados a campos de concentração. Um deles foi um alemão de nome Martin Nieomuller.
Por algum tempo, ele ficou preso em solitária, mas no dia de natal, os guardas o retiraram de sua cela e o levaram para outra onde estavam mais três crentes. Um pertencia ao exército de salvação, outro era pentecostal, e outro, metodista, Nieomuller pertencia a igreja evangélica livre alemã. Eles encontraram uma porta que fora queimada num bombardeio e abandonada num canto, e a puseram ao chão, à guisa de mesa. Depois, utilizando o pão preto que lhes era dado como alimento e um pouco de água, celebraram a ceia do Senhor. Mais tarde, Nieomuller comentaria: Quando nos ajoelhamos um ao lado do outro naquele frio assoalho de pedras, nossas diferenças teológicas se desvaneceram.
O Corpo de Cristo não é uma prisão, é a comunhão dos que encontraram a verdadeira liberdade em Jesus Cristo. Se vivenciarmos essa liberdade, veremos que Ele nos conclama a abandonar até os nossos projetos pessoais, a fim de realizarmos junto o maior dos projetos: Alcançar unidos, as almas onde elas estejam saciando suas carências sociais e a profunda sede por Deus.
Pastor Ivan Nunes
Fonte: Conselho Nacional
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